Há algum tempo, tenho visto uma enxurrada de artigos, livros, blogs e matérias sobre a geração Y e seus anseios. Após presenciar inúmeras situações envolvendo a geração Y, resolvi escrever sobre o assunto mas antecipo que com uma abordagem nada romântica.
Na minha opinião, o ponto mais interessante da geração Y é a valorização pela realização pessoal e pela felicidade, em detrimento da segurança e estabilidade tão comum, na muitas vezes frustrada, geração X.
Ocorre que em algum momento precisamos fazer o que não gostamos para fazer o que gostamos. Essa história da geração Y ter que ser feliz o tempo todo fez com muitos pulassem muito de galho em galho, fazendo com que a grande maioria não conseguisse alcançar o que a geração X conseguiu aos 30. Pior que isso, projetasse uma expectativa irreal de felicidade.
Penso que não dá para ser feliz somente preenchendo relatórios mas dá para ser feliz e preencher relatórios; uma tênue mas importante diferença.
Tenho percebido que quando apresentados a um novo projeto, o entusiasmo dos Y é enorme, agora na hora de colocar em prática, parece-me que a aversão à rotina, a falta de disciplina a negligência nas operações tornam-se vilões das novas gerações.
Como as indústrias, especialmente as manufatureiras tão presentes por exemplo no Polo Industrial de Manaus, atrairão talentos? Será que a sua empresa precisa estar no Vale do Silício ou repleta de mesas de sinuca e tobogãs para atrair estas novas gerações?
Eu penso que deve haver um meio do caminho. A geração X precisa entender os anseios de significado, realização e flexibilidade no trabalho da geração Y e esta precisa aprender a gerenciar suas expectativas e lidar melhor com frustrações, encarando atividades operacionais e até etapas menos “interessantes” em suas carreiras, sem maiores dramas.
Provavelmente a ficha da geração Y só cairá quando precisar gerenciar a geração Z.
Pode ser duro mas no ambiente corporativo, somos o que entregamos e não que desejamos ou “pintamos” ser.
Fábio Guarnieri
CEO Lumit