Teoria do Fluxo

Pessoal, tudo bem?

Estou cá no avião voltando de uma temporada de velejo (kitesurf) no Ceará e me senti motivado e explorar uma reflexão: como um esporte de alto impacto pode influenciar nossa performance profissional?

Tenho certeza que você (executivo ou empresário) já passou por um momento de muita pressão, tensão e risco. Na minha experiência, começar a praticar um esporte de alto impacto tem me ajudado bastante a lidar com situações extremas e de risco nos negócios, entre outras coisas que gostaria de ousar “pensar a lápis” e compartilhar com vocês.

Dentro do contexto acima, um conceito que conheci lá em 2005, mas que tem sido muito abordado ultimamente é o conceito de “flow” ou “estado de fluxo”.

Este conceito foi pela primeira vez abordado pelo pesquisador húngaro Mihaly Csikszentmihalyi, enquanto estudava os diversos incentivos que afetam a felicidade humana.

Esses estudos apontavam que a desativação de algumas regiões do cérebro pode ser responsável por atingirmos alta performance em diversas áreas da nossa vida.

Segundo a definição clássica, o estado de fluxo é “o estado mental de operação em que a pessoa que realiza uma tarefa está totalmente imersa em um sentimento de foco, energizado, engajamento total e de apreciação pelo processo da atividade. A marca do fluxo é um sentimento de alegria espontânea, até mesmo êxtase, enquanto executa uma tarefa. Fluxo também é descrito como o foco profundo em nada além da atividade – nem mesmo em si, ou nas suas emoções”. Csikszentmihalyi viajou o mundo perguntando às pessoas sobre quais os melhores momentos em suas vidas e quando estavam no seu melhor e uma resposta foi comum a todos: quando estavam em “estado de flow”.

Você provavelmente já vivenciou o estado de flow. Basta lembrar de alguma atividade que tenha feito e que as horas pareciam minutos, que a fome foi esquecida, como se o tempo fosse acelerado. Quando entramos em flow, criamos uma conexão com o trabalho que estamos fazendo que nada parece possível de nos segurar.

Eu tenho a felicidade de recordar vários momentos destes como o plano de negócios de uma nova empresa, a realização de uma grande operação ou a preparação para uma reunião importante. Impressionante como quando entramos em flow, nossa visão da situação se altera (aos moldes do “movimento matrix”), perdemos a noção do tempo, aumentamos a criatividade, diminuímos a autocrítica e somos capazes de assumir riscos e desafios maiores.

Importante destacar que o estado de flow está invariavelmente associado a alguma adversidade. Muito improvável atingir tal estágio assistindo TV a cabo em um sofá. Isso reforça a ideia de que se quisermos vivenciar o estado de fluxo devemos buscar atividades que nos desafiem. Trata-se de um convite para aprendermos a nos divertir no caos, ou ao menos, de ressignificarmos os momentos de grandes adversidades.

Além do conceito de “flow” que é possível não só vivenciar percorrendo grandes distâncias a vela mas também em algumas situações como descrevi acima, a prática de esportes também me faz resgatar o que foi explorado por Tony Schwartz e James E. Loehr no livro “The Power of Full Engagement”, onde basicamente eles exploram que o nosso recurso mais importante é a energia.

Segundo os autores, existem 4 fontes de energia:

  • emocional que se reflete na habilidade de gastar e recuperar a energia no nível emocional e é definida em termos de qualidade;
  • mental que se reflete na habilidade de gastar e recuperar a energia no nível mental e é definida em termos de foco e direção;
  • espiritual que se reflete na habilidade de gastar e recuperar a energia no nível espiritual e é definida em termos de força.

Quem me apresentou este conceito foi o especialista em liderança e meu grande amigo (e agora companheiro de velejo), Paulo Alvarenga. Segundo ele, o conceito de “atleta corporativo” é treinar como os atletas treinam, buscar superar os limites com o stress positivo, sair realmente da zona de conforto e promover a zona de desconforto para se tornar o que os autores chamam de “fully engaged”, ou envolvido totalmente: fisicamente energizado, emocionalmente conectado, mentalmente focado, espiritualmente alinhado. Alvarenga também destaca alguns princípios do conceito do “envolvimento total”:

Princípio 1 – A Alta Performance é consequência de uma gerência hábil da energia em todas as dimensões.

Princípio 2 – Como a capacidade energética diminui tanto com o uso como com a falta de uso, que devemos equilibrar o consumo de energia com a renovação energética.

Princípio 3 – Para acumular capacidade, devemos ir além dos nossos limites normais treinando da mesma forma sistemática que os atletas de elite treinam.

Princípio 4 – Rituais positivos de energia e rotinas altamente específicas para administrar a energia são a chave para o engajamento total e para a alta performance sustentada.

A grande vantagem dessa visão é que a energia, diferentemente do tempo, não é limitada, e pode ser expandida, renovada e utilizada com muito mais eficiência, se aprendermos a fazer isso da maneira correta.

E você?

Tem vivenciado momentos de “flow”?

Como avalia sua capacidade física? (alimentação, exercício físico e sono).

E a emocional? (desenvolvimento de relacionamentos e atitudes positivas).

E sua capacidade mental? (foco e direção).

E por fim a espiritual? (não há conotação religiosa, mas de propósito, legado e congruência de valores).

Era mais isso mesmo.

Fábio Guarnieri
CEO Lumit

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