Nos últimos 18 anos que venho assessorando empresários(as) e empresas, tenho sido testemunha de um comportamento muito comum nos empreendedores: A IMPACIÊNCIA.
Implementar uma cultura e um modelo de gestão toma tempo. São camadas de tinta. Muita iniciativa e pouco acabativa.
Aprender a atrair, contratar, relacionar-se, liderar e gerenciar os diferentes e complementares.
Governança e longevidade nem se fala.
Cultura de gestão não se compra. Se constrói.
Sucessores (e aí não me limito à sucessão do nº. 1), não são contratáveis, mas desenvolvidos.
Ter metodologia e rituais que nos protejam de nós mesmos.
Eu mesmo, sou um impaciente que aprendi a importância da construção de médio e longo prazo.
A agenda de gestão é chata, mas necessária como um personal trainer.
Faço musculação há 26 anos, mas continuo com personal.
Essa semana visitei uma empresa onde o CEO me falou: “se não for me dar dinheiro, não tenho paciência.”
Eu absolutamente entendo perfeitamente a fala daquele empreendedor.
Ocorre que seu diretor comercial me trazia em sua fala, diversas oportunidades para melhorar a eficiência da gestão.
A maioria dos empreendedores são sensíveis à eficácia e não à eficiência.
Quando se começa a faturar mais de 30M/ano, a falta de eficiência deixa um bom dinheiro na mesa.
Tenho a convicção que empreendedorismo e gestão são bichos diferentes na minha opinião.
Para a maioria dos fundadores, empreender é tesão. Gerir é monotonia.
Enquanto o(a) empreendedor(a) de impacto está mais para Usain Bolt, o(a) gestor(a) de alta performance está para um fundista da Etiópia.
Ocorre que na maioria das vezes o fundador do negócio, típico velocista, acaba por não ter a paciência para a agenda de gestão.
A clássica “o que te trouxe até aqui, não vai te levar até lá” cai bem.
Impressionante os resultados que empreendedores alcançam tendo a “paciência” de formar um time, um método e uma cultura de gestão. Falo por mim: nos anos em que ritualizamos a construção de plano estratégico, implantamos o acompanhamento mensal dos indicadores e projetos para dores específicas, crescemos muito mais.
Outro dado importante:
No ciclo 1 da organização, o impacto do empreendedor na operação é muito maior.
No ciclo 2 em diante, cultura, método e média gerência fazem o show acontecer.
Outro ponto, “empresas velocistas” acabam tendo CEOs escravos da empresa. Acabam por não terem paciência para preparar o time. Muitos desenvolvem o que tenho chamado de “TDAH corporativo”.
Empresas resilientes, ou empresa camelo são, via de regra, as que possuem modelo de gestão.
Era mais isso por hoje.
E aí? Até quando vai continuar com essa mentalidade?
Que tal experimentar uma metodologia que te protege de si mesmo?
Até mais!
Fabio Guarnieri
CEO da Lumit | Associada FDC