Nem só de marés calmas se faz um marinheiro. Na verdade, são as águas turbulentas e a forma como lida com elas que definem o sucesso de sua jornada. E tratando de um mundo empresarial que nunca dorme, inserido no atual cenário no qual vivemos, de globalização e intenso desenvolvimento tecnológico, a mudança é uma constante do dia a dia corporativo, frequentemente aparecendo na forma de crises e gerando essas turbulências.
De crises financeiras globais a emergências de saúde pública e desastres naturais, cada crise apresenta desafios únicos. Conviver com elas é inevitável, mas não precisa afetar o desempenho do seu negócio. Afinal, elas são importantes oportunidades de amadurecimento e desenvolvimento para uma empresa, além da consolidação de seu posicionamento no mercado. Gerir crises de forma eficiente é aprender com os obstáculos e criar ferramentas não apenas para vencê-los, mas para que não voltem a ser um problema no futuro. Por isso, a verdadeira medida de uma organização – e de sua liderança – é frequentemente revelada pela forma como responde a esses momentos críticos. Mas como líderes e gestores podem se preparar melhor para o inesperado? E mais importante, como podem eles assegurar a resiliência e a continuidade dos negócios em tempos turbulentos?
PREPARAÇÃO É A CHAVE DO NEGÓCIO
Ainda que pareça óbvio, é preciso dizer: não espere a crise chegar para lidar com ela. Uma mentalidade e um comportamento proativo neste caso podem ser determinantes para que uma organização enfrente com mais tranquilidade as adversidades que aparecem em seu caminho, garantindo inclusive mais chances para sua longevidade. Mas, muito mais do que ter um plano de emergência em vigor, é fundamental que esta preparação para crises faça parte da cultura da organização, incentivando e valorizando no dia a dia a adaptabilidade, a comunicação clara e o pensamento crítico da equipe. Desta forma, criará uma estrutura firme para que a gestão encare as mudanças e crises de forma mais natural e esteja preparada para enfrentá-las com mais clareza e sem alardes. É importante ressaltar também que esta cultura de resiliência não seja vista como um destino final, mas um processo contínuo de aprendizado e melhoria. Por isso, é importante que as empresas revisem regularmente suas estratégias de gestão de crises, de acordo com as mudanças de mercado e contexto sócio-econômico. Assim, investir na preparação para crises significa investir em treinamento e desenvolvimento, tanto para os líderes quanto para as equipes, assegurando que todos estejam equipados com as habilidades e ferramentas necessárias para navegar por tempos incertos.
Sobre isso, algumas das estratégias dentro desta capacitação para gestão de crises são:
- Antecipação e Prevenção
Nem todas as crises são possíveis de prever, mas é possível projetar algumas delas a partir de planejamentos antecipados e análise de riscos. A partir deste olhar à frente da realidade da empresa, é possível pensar e executar medidas preventivas para minimizar futuras ameaças ao bem-estar da organização. Isso inclui a realização de avaliações regulares de risco e o desenvolvimento de planos de contingência detalhados.
Um exemplo emblemático é o da Netflix. A empresa, que surgiu inicialmente prestando o serviço de aluguel de DVDs de filmes e séries através de entregas desses produtos na casa dos clientes como correspondência, se tornou pioneira no mercado de streamings transformando sua plataforma de alugueis no atual site de reprodução simultânea desses produtos audiovisuais. A análise dos públicos de interesse e as novas formas de consumo do cinema e afins certamente foram determinantes para essa transformação e para o boom da empresa.
- Comunicação Clara
Durante uma crise, ruídos de comunicação podem abalar a confiança e motivação dos colaboradores, além de gerar consequências negativas que podem potencializar a situação. Por isso, prezar pela transparência entre todas as partes e estabelecer uma comunicação eficaz é crucial. Isso significa manter todas as partes interessadas – incluindo funcionários, clientes e fornecedores – informadas sobre o que está acontecendo e como a empresa está respondendo ao momento. Isso inclusive contribui para fortalecer a credibilidade da empresa no mercado.
No Walmart, por exemplo, a escuta ativa do ex-CEO Greg Foran e os funcionários foi fundamental para levantar a empresa em crise. Durante o evento, Greg afirma que ao assumir o cargo, fez de pronto um pedido incomum aos funcionários: pediu que enviassem um e-mail pessoal comentando sobre a política de cortes de gastos que havia sido implementada na organização. Com o feedback, ele reparou pontos de insatisfação dos colaboradores, como a retirada de protetores de privada, que foi a principal reclamação apresentada nos e-mails. Desta forma, além de fazer a equipe se sentir ouvida, ele aumentou sua motivação e deu o pontapé inicial para a mudança da cultura organizacional, tornando-a mais participativa.
- Flexibilidade e Adaptação
Para cada dor, um remédio que lhe corresponda: não existem receitas de bolo para lidar com as crises, pois cada uma representa um momento singular para a empresa. Um mesmo conflito pode ser encarado de diferentes formas, a depender da saúde financeira de um negócio, seu quadro de funcionários, entre outros fatores, e as crises muitas vezes evoluem rapidamente. Por isso, a cultura de resiliência deve ter como base a flexibilidade e a adaptação. A capacidade de mudar os planos rapidamente e gerar soluções conforme o necessário pode ser o que separa as empresas que sobrevivem daquelas que não sobrevivem.
Um grande exemplo, neste sentido, é o da Nintendo: na década de 1960, ao perceber que o seu popular jogo de cartas no Japão chamado Hanafuda começou a perder espaço entre os consumidores, a empresa passou a buscar novos modelos de negócio e se reinventou completamente por meio dos videogames, pelos quais é conhecida até os dias de hoje.
- Aprendizado e Crescimento
Como dito anteriormente, crises são importantes oportunidades de aprendizado e desenvolvimento. Por isso, após uma crise, é vital revisar e analisar a resposta da organização. Isso não só ajuda a melhorar os planos de gestão de crises para o futuro, como pode revelar novas visões de crescimento e inovação que surgem a partir das adversidades. Tirar lições das crises fortalece a organização.
A Best Buy é um exemplo disso. Referência mundial na venda de eletrônicos, a empresa enfrentou uma grave crise em 2010, causada por escândalo envolvendo o então CEO e uma queda significativa em suas vendas. Mas tudo se tornou um grande aprendizado: a nova gestão mapeou os problemas, buscou implementar soluções para eles e, além disso, passou a comercializar produtos exclusivos e contratar profissionais especializados nas marcas que mais vendiam, dando a volta por cima.
A JORNADA EM BUSCA DA RESILIÊNCIA
Diante do que foi apresentado, observa-se que a melhor forma de enfrentar águas turbulentas é com a serenidade da resiliência e o telescópio do planejamento, mantendo uma visão sempre à frente, mas promovendo a flexibilidade a partir do agora. Esta caminhada demanda tempo, não é uma tarefa que pode ser realizada da noite para o dia, até mesmo porque uma cultura forte é construída diariamente e faz parte da rotina de uma empresa.
A preparação para as crises através da cultura de resiliência é uma jornada contínua de aprendizado, adaptação e crescimento. Neste caminho, investir em educação e desenvolvimento contínuos é essencial para equipar líderes e gestores com as ferramentas de que precisam para enfrentar não apenas as crises atuais, mas também os desafios futuros. E para aqueles que buscam estar na vanguarda da gestão de crises e liderança resiliente, a Pós-Graduação em Gestão de Negócios da Fundação Dom Cabral oferece uma oportunidade única de desenvolvimento: com um currículo abrangente que aborda desde o marketing estratégico até a liderança transformadora e a gestão de crises, este programa é projetado para preparar profissionais que liderem com confiança e preparação em tempos incertos.
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